terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Futuro do tempo

O meu gostar vira as costas ao tempo e abraça o amor.
A frieza dá espaço a uma dose de sonhos e um par de asas.
O espaço se mede não em quilômetros, mas em abraços.
Coladinho, caladinho, apressadinho..
O tempo não olha para o relógio, é nesse ritmo sem perca de tempo que ele trata em passar.
O relógio mata o tempo e dá vida aos velhos planos.
O vetor resultante é tão forte quanto à morte.
Não fiquemos tristes, mesmo não tendo sono, nós temos que sonhar.
E crer, que a fé anda de mãos dadas com o que não se vê.
Em um ritmo implacável de desejo e respeito,
Te quero como jamais quis outro alguém,
Um querer acima do orgulho, abaixo da humildade,
Tão próximo quanto um abraço, tão longe quanto o tempo,
Que se fará perto quando caminharmos por ele,
Em direção a tudo aquilo que um dia planejávamos.
Então somente direi: O verbo se fez carne

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sentidos do amor.

É tocando que eu amo,
Mão na nuca, boca a boca,
É nesse ritmo que toco a vida.
O cheiro do amor saltou da tua pele,
Penetrou em meus braços como tatuagem.
Perfume que nem os pequenos,
Quem dirá os grandes frascos conheceram.

Ouço o amor como canção que suspira,
Teu beijo tem o gosto do amor.
Paladar que só conhecia o fel, encontrou o mel.
Em teus doces labios, que nem mesmo os favos ouviram falar.

Nos teus olhos vejo a paixão.
Teu sorriso serviu de útero,
Para que o encanto me cantasse.
O amor cria vida, alma e corpo: bufão,
Que entrete a vida,
E faz a tristeza saltar de alegria.

Minha alma canta,chora,grita, perde os sentidos.
Me catou face-a-face.
Meu coração correu.. parou.
Saliva trocada, veneno de amor.
Agindo em todos os sentidos, em tudo que sinto.

Perderia os sentidos, mas nada adiantaria.
Teu melhor corre em minhas veias,
Passando pela aorta, que me impede de estar morta.

sábado, 12 de setembro de 2009

Passado perfeito.

Cantando com a tristeza que lhe cabe.
Lá estava, quase chorando na primeira fila.
Olhos pequenos e atentos, tom de voz rouca.
Lá estava eu de frente o computador,falando de saudade.
A loucura, o delirio por coisas reais.
Nostalgia tem cheiro de drama.

Violão, olhos vermelhos, boca seca..
- Agora toca “ultimo romance”.
Penso que poderia novamente sentar ao lado deles,
E lhes contar o que se passa.

- Como vai a vida?
- Vivida no limite..
- Posso sentar um pouco?
- Faça o favor.
- A vida é um dilema, nem sempre vale à pena.
- A dor do parto doi, mas temos que partir.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Preso, embora livre.

Liberdade no pensar vale mais que voar.
Quem pensa é livre, ainda que seja escravo.
Alienado, ainda que livre é prisioneiro.
Mente livre, ainda que tenha pés acorrentados..
Dono da tua liberdade é aquele que tem teu segredo.
Nem todo liberto é livre.
Mas, todo livre no pensar é esperto para sonhar.
Ainda que estivesse em um cárcere seria livre.
Liberdade ainda que meu corpo não a conquistasse.
Aquele que pensa segundo raciocínio de outros,
Anda longe de ser livre.
Antes eu, engaiolado e livre,
Do que livre e engaiolado.
Liberdade mental ainda que não seja corporal.
Ser livre nao é condenação, é decisão.
Livre, leve, solto.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pequeno gigante

- Paz no futuro e glória no passado.
Não conheci a glória, talvez fosse uma mulher.
Em um futuro distante, paz.
Dentro da vida, por fora do mundo.
Sistema, soca a cara da maioria,
Beija os pés da minoria.
Desejaria falar sobre o dólar, mas não sei.
Queria falar inglês, sei mal o português.
Defronte ao espelho sou um balão, tu és alfinete.

Maluco iletrado, cotidiano rude, quente e insolente.
Ideologia importada, cultura,paixão,violência.
És belo, és forte,
Impávido colosso, és bozo.
"Povo heróico", só os dos anos de chumbo.
Brava pátria, mataria antes que tentasse algo contra mim.

Já bradava no peito do poeta:
- Brasil, mostra a tua cara.
Risos portiças,maquiagem, fantasia a altura.
O baile está pronto.
Enfeitado, desfila.
Bom concorrente as folhas de louro.
- Foi-se o tempo do louro, o que importa é o ouro.

Cara pintada, verde amarela.
A bola não seria vermelha?
Não se vê ordem, tampouco o progresso.
Ô Brasil, quem te pariu?
Relacionamento indesejado, semente mal plantada.
Deficiente, de políticos sadios.

Quem entende de saudade é solidão.
Se entende de solidão é sozinho.
Na solidão me pego em soluços.
A solução esta a quilômetros,
O pranto em poema.

Logo, noto que o choro é o alimento do forte.
Fraqueza que me fará um forte, ainda que fraco.
Calado de lado, sinto a solidão me dar a mão.
Abandono esse que me faz companhia, faz-me um sozinho.

Um sol de nota, e um si de ninguém.
Saudade que machuca, em mim é cicatriz.
Sonhou a Solidão dizer adeus,
Vai-te Solidão e me deixa sozinho.
Solidão que suspira, inspira.

Nasceu Narciso

Se eu canto de certeza te encanto.
Minha voz é canção, ouve quem gosta.
Sou musica para os olhos, alegria para vida.
A beleza que existe, faz até meu erro ser perfeito.
Bem melhor que teu melhor.
Faço da perfeição minha assinatura.

A vida diz obrigado,sem mim, ela seria apenas mais uma.
Tão feroz quanto um furacão, tão sereno quanto à paz, tão certo quanto a certeza.
Uma dose de nostalgia, um segundo de monotonia.
Meu viver fez o tédio soltar a toalha.
Minha poesia é teatro pra cego.
Quem não aprova, não entende.

A vida me pediu em noivado e com aliança de felicidade aceitei.
A morte me pedirá em casamento, eterno e para sempre.
Quando eu fechar os olhos direi sim.
Mas, para sempre serei um morto ainda vivo.
Meu corpo de baixo da terra.
Nuvem de aplausos, e minha vida em tua mente.
Nasci narciso, morrerei um eterno.