segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pequeno gigante

- Paz no futuro e glória no passado.
Não conheci a glória, talvez fosse uma mulher.
Em um futuro distante, paz.
Dentro da vida, por fora do mundo.
Sistema, soca a cara da maioria,
Beija os pés da minoria.
Desejaria falar sobre o dólar, mas não sei.
Queria falar inglês, sei mal o português.
Defronte ao espelho sou um balão, tu és alfinete.

Maluco iletrado, cotidiano rude, quente e insolente.
Ideologia importada, cultura,paixão,violência.
És belo, és forte,
Impávido colosso, és bozo.
"Povo heróico", só os dos anos de chumbo.
Brava pátria, mataria antes que tentasse algo contra mim.

Já bradava no peito do poeta:
- Brasil, mostra a tua cara.
Risos portiças,maquiagem, fantasia a altura.
O baile está pronto.
Enfeitado, desfila.
Bom concorrente as folhas de louro.
- Foi-se o tempo do louro, o que importa é o ouro.

Cara pintada, verde amarela.
A bola não seria vermelha?
Não se vê ordem, tampouco o progresso.
Ô Brasil, quem te pariu?
Relacionamento indesejado, semente mal plantada.
Deficiente, de políticos sadios.

Quem entende de saudade é solidão.
Se entende de solidão é sozinho.
Na solidão me pego em soluços.
A solução esta a quilômetros,
O pranto em poema.

Logo, noto que o choro é o alimento do forte.
Fraqueza que me fará um forte, ainda que fraco.
Calado de lado, sinto a solidão me dar a mão.
Abandono esse que me faz companhia, faz-me um sozinho.

Um sol de nota, e um si de ninguém.
Saudade que machuca, em mim é cicatriz.
Sonhou a Solidão dizer adeus,
Vai-te Solidão e me deixa sozinho.
Solidão que suspira, inspira.

Nasceu Narciso

Se eu canto de certeza te encanto.
Minha voz é canção, ouve quem gosta.
Sou musica para os olhos, alegria para vida.
A beleza que existe, faz até meu erro ser perfeito.
Bem melhor que teu melhor.
Faço da perfeição minha assinatura.

A vida diz obrigado,sem mim, ela seria apenas mais uma.
Tão feroz quanto um furacão, tão sereno quanto à paz, tão certo quanto a certeza.
Uma dose de nostalgia, um segundo de monotonia.
Meu viver fez o tédio soltar a toalha.
Minha poesia é teatro pra cego.
Quem não aprova, não entende.

A vida me pediu em noivado e com aliança de felicidade aceitei.
A morte me pedirá em casamento, eterno e para sempre.
Quando eu fechar os olhos direi sim.
Mas, para sempre serei um morto ainda vivo.
Meu corpo de baixo da terra.
Nuvem de aplausos, e minha vida em tua mente.
Nasci narciso, morrerei um eterno.

Maria de Lírio

No aterrisso do teu silêncio,
Tira vantagem em chantagem.
Morta de cansaço.
Espiarei-te na matina meu Lírio,
Meigo delírio.
Beija-flor, chupa o mel e deixa o fel,
Na dose que tira o juízo,
Delírio que me fará perder o Lírio.

Cedo, cega o sol.
Café forte,preto,quente.
Jornal amassado, Lírio sobre a cadeira.
Vento soprou, o amor saltou a janela.
Quem sabe eu estarei de braços abertos para segura-la.
Acabou o tédio, atirando-te do predio.
Só de pensar em saltar já pulou.


Estupefato, de braços abertos,
Bola vermelha ao nariz, para segura-lá e dizer
- Para sempre eu te mereço.
Se o mundo é festa.. vinho,enfeites,fetiches.
Beijo que queima feri,
Fogo é útopia, então que tu sejas minha fantasia.